– São nove reais e noventa e cinco centavos, senhor.
Ele estende uma nota de dez.
– Aqui está seu troco, senhor, totalizando cinco centavos. Senhor, gostaria de estar ajudando as criancinhas com câncer, senhor?
– Criancinhas com câncer?
– Sim, senhor, o MacDonald’s mantém o Instituto Ronald MacDonald para o auxílio de criancinhas com câncer, senhor, gostaria de estar contribuindo com o troco?
– Você quer que eu contribua para o Instituto Ronald MacDonald com o troco do meu Cheddar MacMelt?
– Sim, senhor, cada contribuição é muito valiosa, senhor, mas é claro que contribuir é uma opção do senhor. O senhor gostaria…
– Sim, eu gostaria, mas eu poderia estar escolhendo o câncer?
– Desculpe, senhor?
– Gostaria de estar podendo escolher a criancinha com câncer para a qual vou contribuir.
– Desculpe, senhor, não entendi…
– Eu poderia estar estando destinando os meus cinco centavos para uma criancinha com câncer no cérebro, por exemplo? Acredito que meus cinco centavos seriam melhor utilizados numa criancinha com câncer no cérebro do que numa criancinha com câncer de pele. Como você deve saber, o câncer no cérebro é muito mais fatal do que o de pele…
– Senhor…
– Por outro lado, se eu destinar os meus cinco centavos para a criancinha com câncer de cérebro, talvez esteja gastando o meu dinheiro, que seria muito mais bem empregado numa criancinha com câncer de pele. Afinal, a criancinha com câncer de pele pode estar melhorando e até mesmo se curando, enquanto que para a criancinha com câncer de cérebro, os meus cinco centavos, no fim, não vão acabar valendo nada, seria como jogar dinheiro no lixo, junto com os sachês de ketchup e mostarda… O que você acha?
– Desculpe, senhor?
– Você acha que eu devo contribuir para a saúde de uma criancinha com câncer na pele ou de uma criancinha com câncer no cérebro? Ou será que eu poderia estar tendo a opção de ajudar a uma criancinha com câncer na garganta, ou a uma criancinha com câncer no pulmão, ou a uma criancinha com câncer no sangue? O que você acha? Devo escolher o número 1, o número 2, o número 3, o número 4? Sabe, são tantas opções…
– Senhor, aqui está seu lanche, senhor. Desculpe pela demora. Mas sinceramente…
– Sim? Seja sincera, por favor. Diante do câncer, temos de ser não só solidários, como sinceros.
– Sinceramente, senhor… – ela se inclina na direção dele – , falando com toda a franqueza, eu acho que o senhor deveria pegar seus cinco centavos e enfiá-los naquele lugar!
– Fritas acompanha?
Hahahahaa é foda, Mc Chantagem emocional….
Ae Ronaldo, tem que por algum link de contato aí.
Onde eu posso comprar seus livros, do Marcelino, do Nelson, um pouco mais barato? Tem algum cambista oficial da Geração 90? Nas livrarias estão muito caros. Sou universitário e vivo fudido de grana.
Se você estiver em SP, vá à Mercearia São Pedro, na Vila Madalena. Lá tem uma prateleira com todos os autores da G90 e arredores com descontos bem bons. Ainda sobra algum pra cachaça. Abrazz, RB
Sensacional. Abraço.
Fritas deveriam acompanhar, sem mostarda ou molho. No seco e, de preferência fervendo.
Mt bom!
gd ab
Hum.
Esse título me lembra alguma coisa… Pegou a doença do Ruffato?
quero o número 2!
Hahahaha. Mas EU JURO que a atendente ofereceu-me a chance de ser caridoso com uma ‘criancinha com câncer’. Ronald MacDonald não se preocupa com os leporídeos…
[Pra quem não sacou a private joke[r]: Terrones trabalha numa novela de título “Coelhinho com câncer”.]
RB
O que nós combinamos foi: “Fritas vão estar acompanhando?” Você melhorou muito a história. GêniÔ, como diz o Negão. PS: Nem bem desembarquei em São Paulo e o Negão já me ligou. A cobrar, evidentemente. Beijo.
HAHAHAHAHAHA!
Então, continua indo ao McDonald?
Cara, você não presta! Ou seja, você é muito bom.
“Vou estar linkando” seu blog.
Abraços!
batatinha acompanha sim, com picles e bastante pimenta do reino!!!!!