o totó dele
o totó dela
fizeram cocô na mesma esquina
ele abaixou para pegar o cocô
ela abaixou para pegar o cocô
bateram cabeças no mormaço
olhos nos olhos
cocôs nas mãos
sininhos nos ouvidos
ela usa uma luva de plástico
ele uma sacola de supermercado
‘o seu totó é tão fofo’, ambos dizem
e analisam a sujeira da pracinha
e elogiam a pausa das tempestades
e futricam das chatices do trabalho
– urina
– purina
– gasolina
– serpentina
– cê viu aquele barzinho novo que abriu?
ele pega o celular pra anotar o número dela
ela pega o celular pra anotar o número dele
os cocôs amolecem no plástico
‘a gente se vê’, ele pede
‘você me liga’, ela jura
enquanto o totó dele cheira o cu do totó dela
boa, 🙂
boa [2]
Love between the shit. Faz-me suspirar.
Belo poema de amor. Corriqueira existência urbana.