
Conversei com a historiadora Joana Salém sobre Febre de Cavalos, o primeiro romance de Leonardo Padura (Boitempo), com mediação da Julia Salazar da Só Falo de Livro
Aqui:
Quarenta anos depois, Leonardo Padura volta à cena do crime. Mais exatamente 1984, quando finalizou este primeiro romance, em que o leitor ouve ecos de Salinger, Truman Capote, Fernando del Paso, García Márquez, e claro, Hemingway – ou melhor, Nick Adams, o voluntarioso alter ego do Papa enquanto jovem. O protagonista é Andrés, estudante e beisebolista que se apaixona pela ambígua e vertiginosa Cristina. Trata-se de uma história de amor na juventude, de maneira sutil atrelada a outro famoso alter ego, o detetive Mario Conde. Febre de Cavalos capta o nascimento do intimista estilo Padura: “Lembra? Você se sente invencível”, sugere o narrador. Este coming of age é ainda um retrato da sociedade cubana dos anos oitenta, “em que não perdi o assombro juvenil nem a intenção de espreitar a realidade do país pelos olhos da minha geração”, diz o autor no prefácio. Para Padura, nem toda história de amor é só uma história de amor. (4a capa da edição da Boitempo)