“Erguem-se trinta fantasmas atrás de cada homem vivo. É esta precisamente a proporção entre os que ainda vivem e os que já morreram. Cerca de cem bilhões de criaturas humanas já pisaram o planeta desde que o mundo existe.
É uma cifra interessante, pois, por coincidência, há aproximandamente cem bilhões de estrelas nesse universo particular, a via-láctea. Portanto, para cada homem que viveu corresponde uma estrela em pleno brilho.”
Prólogo de 2001 – Uma odisséia no espaço, de Sir Arthur C. Clarke, o homem que botou um monolito em pé na Lua. Meses depois de fazer 90 anos, ele some – e chega o DVD comemorativo dos 40 anos do filme de Kubrick. O cineasta quase não diz nada, mas o escritor fala um monte. O futuro fica um pouco mais fantasmagórico sem ele.
E o brilho da estrela morta que ainda chega até nós não seria justamente o seu fantasma?
Pobre Bradburied.
Bradbury tá vivo ainda, Joker. Falei com ele há dois anos: finalizava o roteiro da nova versão de Fahreihent 451, estrelada por Tom Hanks [!]. Disse que detestava a versão de Truffaut e estava puto porque Michael Moore havia ‘roubado’ seu título no Fahrenheit 911: “Crazy fuckin’ bastard”, he said.