E você deseja viajar ao seu lado
você deseja viajar cegamente
e sabe que ela pode confiar em você
pois você tocou seu corpo perfeito
com a sua mente
> “Suzanne”, do Leonard Cohen, traduzida pelo Fernando Koproski no novíssimo Atrás das linhas inimigas de meu amor. Quer mais Suzanne, tem aqui. Quer mais Cohen, there it goes…
E que a noite a trate com cuidado
as estrelas altas sustentem a palidez
de sua pele descoberta
E possa meu nome em bronze
sempre alcançar seus mil dedos
iluminar-se com suas lágrimas
até que eu esteja fixado como uma galáxia
e memorizado
em seus céus delicados e secretos
> Tirado de “Canção”. Infelizmente, a edição da 7Letras não indica de que livro do Ladies’ Man saiu cada poema, falha meio primária…
Você não tem que me amar
só por
ser todas as mulheres
que eu sempre quis
Nasci para te seguir
todas as noites
enquanto for
os muitos homens que te amarem
> De “Você não tem que me amar”, idem. A seguir, o Mestre lista alguns truques pra fazer poesia:
Pegue a palavra borboleta. Para usar essa palavra não é preciso fazer sua voz pesar menos de um grama ou adorná-la com pequenas asas empoeiradas. Não é preciso inventar um dia de sol ou um campo de narcisos. Não é preciso estar apaixonado, ou estar apaixonado por borboletas. A palavra borboleta não é uma borboleta de verdade. Há a palavra e há a borboleta. Se você confundir essas duas coisas as pessoas terão o direito de rir de você. Não faça tanto da palavra. Você quer sugerir que ama as borboletas mais do que qualquer um, ou que realmente entende a sua natureza? A palavra borboleta é apenas um detalhe. Não é uma oportunidade para você flutuar, elevar-se, ficar amigo das flores, simbolizar beleza e fragilidade, ou de qualquer forma personificar uma borboleta.
Não interprete as palavras. Jamais interprete as palavras. Jamais tente sair do chão quando falar em voar. Jamais feche os olhos e solte a cabeça para o lado quando falar de morte. Não me olhe com olhos ardentes quando falar de amor. Se quiser me impressionar quando falar de amor coloque sua mão no bolso ou debaixo de seu vestido e se divirta. Se a ambição e a sede de aplausos te fazem falar de amor você deve aprender isso sem envergonhar a si mesmo ou ao material.
[…] As palavras morrem se você as interpreta, elas murcham, e não nos resta nada mais a não ser a tua ambição. Fale as palavras com a mesma precisão com que você checaria uma lista de lavanderia. Não fique emocionado com a camisa de renda. Não tenha uma ereção quando disser calcinhas. Não se estremeça todo apenas por causa de uma toalha. Os lençóis não devem causar uma expressão sonhadora nos olhos. Não é necessário derramar lágrimas em lenços. As meias não estão lá para te lembrar de estranhas e distantes viagens. É apenas a sua roupa para lavar. É apenas a sua roupa. Não espie por dentro delas. Somente as vista.
O poema não é nada mais que informação. […]
Evite florear. Não tenha medo de ser fraco. Não tenha vergonha de estar cansado. Você fica bem quando está cansado. Você fica como se pudesse continuar para sempre. Agora venha em meus braços. Você é o retrato da minha beleza.
> De “Como falar poesia”. Se quiser saber como cantar, é por aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
Bressane, querido, sabe que eu não conhecia o cara? Adorei! Te devo essa. Um beijo
Bressane, querido, sabe que eu não conhecia o cara? Adorei! Obrigada por mais essa. Um beijo.