A volta das garotas e dos voluntários

As bandas Akira S. & as Garotas que Erraram e Voluntários da Pátria tocam no CB amanhã, dia 20/12. Alex Antunes, Akira S, Miguel Barella e Giuseppe “Frippi” formam o combinado Akira S & As Garotas que Erraram/Voluntários da Pátria, que conta com participações de Fabio Golfetti (Violeta de Outuno) e João Parahyba (Trio Mocotó). Apresentam-se também Seychelles e Monokini, bandas contemporâneas que despontam na cena rock underground da capital paulista.

Eu devia ter uns 16 anos quando vi o primeiro show do Akira S, um japa loiro que usava roupa de frentista da Petrobras e tocava stick, um baixo de 10 cordas sem trastes. Ao lado do baterista Edson X, eles eram os virtuoses da banda, que ainda incluía uma outra baixista cujo nome o THC não me deixa lembrar, a tecladista Corinna Crawford e os guitarristas Miguel e Giuseppe, que teciam uma cama de arpejos minimalistas. Sobre tudo isso, as letras geniais de Alex Antunes – que, garrafa de Domecq em punho, se alcunhava Pedreira Antunes e gritava versos geniais como “o inferno tem mil entradas/ algumas são pontos turísticos/ já outras são inusitadas”.

ASEAGQE foi das primeiras bandas brasileiras a mixar punk, funk, samba, psicodelia e muito white noise. Muito se fala do estouro do rock nacional em 1986 – mas as bandas mais interessantes da época, as mais influentes e criativas, não eram Legião, Paralamas, RPM. Eram Fellini, Defalla, Patife Band, Picassos Falsos, Akira S, Voluntários… Não sei como estão os tiozinhos hoje, mas tem que conferir os protagonistas de uma época em que ser underground não era o mesmo que fazer programa de indie…

Autor: rbressane

Writer, journalist, editor

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