Saco. Depois de 13 anos cumprindo meus domingos cívicos na arruaça, vou ter de ir até o cartório brincar de cidadão brasileiro, por culpa da minha preguiça – não renovei meu passaporte e se deixar de votar posso complicar de novo meu título. Cidadão brasileiro, como você bem sabe, é aquele tipo de otário que só é chamado a participar da tal democracia representativa a cada 3 anos, crente que votar sirva para alguma coisa que não seja dar o aval a vivaldinos pra que lhe batam a carteira, e que só não participa mais do processo político por burrice, vagabundagem ou má-fé mess. O troço me irrita de tal jeito que hoje sonhei que estava cantando o Hino à Bandeira inteirinho… regressão aos maus tempos dos anos 1970, quando era obrigado a cantar o Hino Nacional, o da Bandeira e ainda rezar um Pai-Nosso às 7 da manhã no Instituto Adventista de Ensino. Flashback de badtrip. Bom, meu último voto, em 1993, foi para o ursinho carinhoso ora instalado na poltrona dos que nada vêem, nada ouvem, nada falam que preste. O de hoje, inútil até para protesto, uma vez que não vale nada mess, levará o título deste post. Desculpem o tom amargo. Me enoja ver tanta gente boa ser enganada, ou se enganar de propósito, por idealismo, ingenuidade ou simples cretinice. Eu também já me enganei algumas vezes. E, claro, posso estar enganado hoje… Acreditar é o oposto de conhecer, sugeria Hölderlin. Amanhã voltamos à nossa programação normal.