Excesso de informação, de conexões, de expectativas, de diversões, de demandas, de novidades… Como lidam com isso e administrar o tempo, enquanto não inventam uma 25ª hora pra gente poder dar conta de tudo o que nos interessa. Pensata-playground pra pagar a Germana das crianças na Revista da Cultura de janeiro
– Que eu faço?
Meu filho me escancarava os olhos azuis fervilhando dúvidas. Era sexta-feira à noite, estávamos em casa relaxando depois de uma semana febril. Do meu lado, mantinha meu olhar ocamente suspenso sobre a pilha de livros que haviam chegado. Meu filho de sete anos tinha ultrapassado cinco dias de aula e lições, curso de italiano, treinos de futebol, sessão de acompanhamento pedagógico, fora eventuais atividades extracurriculares na própria escola, que tem filosofia construtivista – que aproxima aprendizado de diversão. “E agora, o que eu faço?“, eu me perguntava, espiando a pilha de livros que havia colecionado durante a semana só para chegar àquele momento tão sonhado em que afinal pudesse editar eu mesmo o meu caos particular – e ainda por cima mergulhar no caos do meu filho.
– Ah, sei lá, moleque… vai brincar!
E Lorenzo desapareceu atrás de uma pilha de Lego.
Se até uma criança de sete anos confunde horário livre com horário de “obrigação”, imagine você, caro leitor, cujo dia se espraia entre dever e lazer. A não ser que seu ofício seja braçal ou burocrático, os limites entre coisa e loisa estão cada vez mais indefinidos – atire o primeiro mouse quem destinar a seu e-mail um uso mais corporativo do que como pinball de papo-furado. Na Era do Excesso, os limites são fluidos entre trabalho e prazer, oferta e demanda (tanto de obrigação quanto de diversão), realidade e virtualidade, vida social e vida privada (o que, no caso dos políticos, costuma ser meio grave). A quem trabalha com publicações de todo tipo, como eu, às vezes pegar num livro detona no corpo reações estranhas, alérgicas – como se aquele maravilhoso exemplar da nova edição da Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll (Cosac Naify) se transformasse de repente num cartão de ponto a martelar em meus tímpanos um enigmático “Você está atrasado, você está atrasado!“.
“Faz parte da natureza humana aprender a lidar com limites. A atual cultura digital, entretanto, apresenta novos desafios no que diz respeito a estabelecer, burlar e equilibrar a relação com limitações“, reflete o músico e pensador de cultura digital Gustavo Mini Bittencourt em seu delicioso blog, Conector. “A cada dia, cerca de meio milhão de pessoas acessam a internet pela primeira vez. A cada minuto 13 horas de vídeo são disponibilizadas no YouTube. Está se configurando um cenário no qual em breve muitos terão acesso a uma abundância virtual que não teve, não tem e nunca terá paralelo no meio físico. Muitos de nós nunca teremos tantos carros, roupas, imóveis e dinheiro quanto uma elite privilegiada. Mas todos logo poderemos ter tantos livros, vídeos, jornais, músicas e revistas quanto quisermos, devido à digitalização da produção, distribuição e consumo da informação. Desse ponto de vista, estamos adentrando no que alguns especialistas chamam de Era da Abundância“, conclui Mini.
“O inventário das maravilhas que a vida pode oferecer são muito agradáveis e satisfatórios“, afirma o sociólogo polonês Zygmunt Bauman em Modernidade líquida (Jorge Zahar), para logo em seguida ressaltar: “A suspeita de que nada do que já foi testado e apropriado é duradouro e garantido contra a decadência é, porém, a proverbial mosca na sopa. O mundo cheio de possibilidades é como uma mesa de bufê com tantos pratos deliciosos que nem o mais dedicado comensal poderia esperar provar de todos (…). A infelicidade dos consumidores deriva do excesso e não da falta de escolha: ‘Será que utilizei os meios à minha disposição da melhor maneira possível’ é a pergunta que mais assombra e causa insônia ao consumidor“, analisa Bauman. A metáfora culinária é ainda usada pelo filósofo francês Gilles Lipovestsky, que, à Era do Excesso, prefere demarcar nossa época com seu oposto, a Era do Vazio (Manole): “O self-service e o atendimento à la carte designam o modelo geral das sociedades contemporâneas que vêem proliferar de modo vertiginoso as fontes de informação, abrindo-se cada vez mais o leque de produtos expostos nos centros comerciais e nos hipermercados tentaculares, nas lojas ou nos restaurantes especializados. Assim, a sociedade pós-moderna se caracteriza por uma tendência global a reduzir a atitudes autoritárias e dirigistas e, ao mesmo tempo, a aumentar a oportunidade de escolhas particulares, a privilegiar a diversidade e, desde já, a oferecer fórmulas e ‘programas independentes’ nos esportes, nas tecnologias psicanalíticas, no turismo, na moda casual, nas relações humanas e sexuais“, afirma Lipovetsky.
A quantidade de opções no grande restaurante por quilo da contemporaneidade faz com que, em vez de fome, sintamos fastio – como meu espreguiçante filho e seu “o que é que eu faço?“. Me lembro bem da época em que era tão difícil conseguir novidades da música alternativa: tinha de vagar entre as lojinhas das Grandes Galerias, do centro de São Paulo, e implorar aos vendedores que me vendessem uma fitinha K-7 (lembra?) com os últimos sucessos do pós-punk londrino… E passava meses tentando decifrar as letras, imaginando como seriam os músicos, desvendando com emoção seu obscuro sentido. Hoje, baixo os últimos sucessos do pós-rock canadense em meio segundo – os sucessos que semana que vem já serão esquecidos em favor das novidades do pós-eletrônico francês, que na semana seguinte vão perder a vez na fila para as loucuras da pós-polka polonesa… me contendo para não soltar um bocejo enquanto leio as letras, postadas em algum site hospedado em um servidor indonésio. Saudade dos meus tempos de caça ao tesouro.
Mas: “Todo sistema com abundância de um elemento leva a escassez de outro. A abundância de informação leva à escassez de atenção“, releva Bittencourt. “Temos uma vasta oferta e uma fome interminável, porém uma capacidade cada vez mais limitada de prestar atenção e investir tempo no consumo de todo esse manancial a nós ofertado. Estamos à frente de um banquete, beliscando rapidamente um pedacinho de tudo que nos põem na frente, maravilhados com a variedade e quantidade de sabores, mas perigando perder lentamente a noção de desfrute“, adverte o ciberpensador. A indigestão do excesso tem suscitado três epidemias. A mais leve atende pelo singelo nome de transtorno do déficit de atenção e hiperatividade. A desatenção leva à propalada síndrome da falta de memória. A mais pesada epidemia ganha o nome de melancolia – vulgarmente chamada (e medicada) como depressão.
Ritalina para todos
O símbolo info-tecnológico de 2009, ou ao menos no segundo semestre deste ano que passou (na Era do Excesso, é bom datar os fenômenos com precisão) é o serviço de microblog Twitter. Como afirmam os inteligentes humoristas (sim, uma coisa não exclui a outra) do grupo Massaroca, “O Twitter é a bandeira de uma geração com déficit de atenção“. Pensava nisso outro dia, almoçando com uma amiga. Enquanto conversávamos sobre trabalho (e talvez estivéssemos pensando em outra coisa), elogiávamos a comida, e olhávamos à direita, à esquerda, por sobre o ombro um do outro, sapeávamos o celular, que a cada minuto piscava com um mensagem, um e-mail, um tweet. Por um instante, um instante muito breve, eu sei, tive saudade daquele tempo em que tudo o que importava era somente o quente olhar da amiga – que jamais seria enquadrado em 140 caracteres. Mas logo pensei em outra coisa… e o instante bateu asas e voou.
O TDAH, que desde os anos 50 medica com fartas doses de Ritalina as crianças que parecem ter formigas nos popôs, virou a doença da moda. Nada de novo, na real – “No elevador penso na roça, na roça penso no elevador“, versejou Drummond sobre nossa eterna insatisfação. É que, adrenalinada por gadgets bacanudos, onipresentes mídias sociais e amigos sempre antenados, a insatisfação virou o status quo, o modus operandi, a condição sine qua non (na expressão favorita do Lula). E dá-lhe diagnóstico: “O DSM-IV diferencia três tipos de sintomas de TDAH“, explica o Psicopatologia – Uma abordagem integrada, de David H. Barlow e V. Mark Durand (Cengage Learning), um útil guia para desvendar o DSM–IV, a quarta e mais recente edição do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, a bíblia norte-americana que orienta a psiquiatria (e a farmacologia) mundial. “O primeiro tipo é a desatenção: os portadores parecem não escutar as demais pessoas; não prestam atenção a detalhes, perdem coisas, cometem erros por falta de cuidado. O segundo sintoma é a hiperatividade, que envolve inquietação, dificuldade em permanecer sentado. O terceiro sintoma, a impulsividade, inclui dar respostas abruptas antes de as perguntas serem completadas e dificuldade para esperar a vez“, afirmam os autores. Em outras palavras, o déficit de atenção leva a um outro conhecido sintoma da Era do Excesso: o desmemoriamento.
A cura prática para isso, transformando cada lobo insaciável por um assunto novo em uma fofa ovelhinha de olhar fixo, é, como se disse, a Ritalina, entre outros fármacos – até mesmo um neurocientista respeitado como o argentino/gaúcho Ivan Izquierdo, um dos maiores especialistas mundiais em estudo da memória, já sugeriu seus efeitos positivos. Durante entrevista à neurocientista Suzana Herculano-Houzel, balanceou: “A Ritalina tem efeito sobre a persistência da memória. Mas ainda não sei se tem algum efeito fora da persistência“, adverte o cientista, que ainda sugere não ser assim tão indispensável o uso de um medicamento – algo que tem virado mania até entre pessoas que não foram diagnosticadas com TDAH. do mundo sempre quer lembrar mais, ter uma memória melhor, ou apenas “menos pior”.
“A melhor maneira de as pessoas cuidarem de sua memória? Que fiquem calmos – e se perguntem: ‘Será que isso é mesmo necessário?’“, provoca Izquierdo. “Nossa memória está sempre funcionando o melhor que pode, mais do que isso não dá! Em geral, as drogas, sobretudo no tratamento do Alzheimer, são muito boas para quem tem a doença, mas na pessoa normal não têm efeito nenhum“, alerta. A advertência é um bom lembrete de que viver é prejudicial à saúde. Não tem remédio – conforme lembra o psicanalista Jorge Forbes em Você quer o que você deseja? (Best-Seller): “A época atual, marcada por uma forte ideologia biologizante, quer transformar o carinho do avô que dizia ‘para tudo tem remédio’ em verdade científica (…) A menina apaixonada poderia corrigir, com medicamentos, o namorado capenga, transformando-o em um príncipe potente, magro e bem-humorado ao oferecer-lhe coquetéis repetititos de Viagra, Xenical e Prozac. Ridículo? Médicos começam a ser agredidos em ambulatórios públicos quando se recusam a prescrever remédios a seu ver inadequados ao paciente e que, no entanto, lhe são exigidos, como se não dá-los fosse negar, ao paciente, uma felicidade de propaganda“, aponta sarcasticamente Forbes.
Volto a lembrar que, embora a atual velocidade com que acessemos qualquer coisa – informação, bens, pessoas – não tenha paralelo na história da humanidade, o fenômeno da aceleração é velho conhecido. No belo O tempo e o cão (Boitempo), a psicanalista Maria Rita Kehl recorre ao famoso ensaio do pensador alemão Walter Benjamin sobre o poeta francês Charles Baudelaire para abordar a depressão contemporânea. “A modernidade é o transitório, o fugidio, o contingente, a metade da arte, cuja outra metade é o eterno e o imutável… Para que toda modernidade seja digna de se tornar antigüidade, é preciso que a beleza misteriosa que a vida humana ali coloca involuntariamente tenha sido extraída dela“, escreveu, lá do século 19, o autor de Flores do Mal. Conforme Maria Rita, “O heroísmo de Baudelaire não consiste em se fazer defensor da multidão fascinada e consumida pelas mercadorias e pelo trabalho braçal que a aproxima e afasta do brilho das mercadorias. Consiste apenas, o que já é muito, em descrer de tal fascínio” (grifo meu). Mistério e descrença: desconfiar das novidades, buscar o sentido oculto por elas – eis algumas das dicas do poeta, que vamos reencontrar no fim deste ensaio.
Maria Rita relaciona a atualidade da depressão à adição pela velocidade excessiva: “A que se deve a pressa do sujeito contemporâneo? Não ao valor que ele atribui ao seu tempo, como costumamos pensar, e sim, ao contrário, à sua desvalorização. Pouco se questiona a idéia de que o valor do tempo se mede pelo dinheiro. O homem contemporâneo tem horror a tudo o que possa ser considerado ‘perda de tempo’, que para ele é sinônimo de perda de dinheiro. Benjamin cita Paul Valéry: ‘O homem de hoje não cultiva o que não possa ser abreviado‘”, cita a psicanalista. “Até mesmo o raro tempo ocioso deve ser preenchido com atividades interessantes – o que torna, do ponto de vista da psique, o uso do tempo livre idêntico ao do trabalho. É evidente o sentimento de mundo vazio, ou de vida vazia, que decore da supremacia da vivência sobre a experiência. A falta de tempo para o devaneio e outras atividades psíquicas ‘improdutivas’ exclui exatamente aquelas que provêem um sentido (imaginário) à vida, assim como as atividades da imaginação, filhas do ócio e do abandono“, conclui – e aí fazemos outro elo na cadeia trabalho-lazer.
Relaxe, idiota
Na balada “The tourist“, que fecha o clássico álbum Ok Computer, a banda inglesa Radiohead se espanta com a pressa por ver tudo típica do turista – e nos faz pensar se, como um integrante de uma excursão, câmera na mão e mapa em punho, todos nós não estejamos nessa vida mais como turistas do que como viajantes: “It barks at no-one else but me/ like it’s seen a ghost/ I guess it’s seen the sparks a-flowin/ no-one else would know/ (…) They ask me where the hell I’m going?/ At a 1000 feet per second/ Hey man, slow down, slow down/ idiot, slow down” (numa tradução chutada: “Ele late para ninguém, a não ser eu/ como se tivesse visto um fantasma/ Acho que deve ser por causa dos relâmpagos florindo/ quem poderia saber?/ Eles me pergunta pra onde diabos estou indo/ A cem quilômetros por hora/ Ei, cara, relaxe/ idiota, relaxe” – os “relâmpagos” certamente são os flashes disparados a torto e a direito pelos turistas).
Relaxar, pegar leve, tirar onda, desacelerar – tudo isso faz parte da filosofia Slow, seguido tanto pelos japoneses do Clube da Preguiça, os italianos do Slow Food, os espanhóis que retomam o hábito salutar da siesta após o almoço e os ingleses que inventaram um curioso Slow Sex (acho que ainda não temos esse problema por aqui). No livro-manifesto Devagar (Record), o jornalista escocês Carl Honoré reflete que as crianças são as maiores vítimas da orgia de aceleração. “Vivem tão ocupadas quanto os pais, permanentemente consultando agendas cheias de compromissos, que vão das aulas particulares depois da escola a aulas de piano e partidas de futebol” (ops – as aulas de piano eu mesmo as dou a meu filho…). “Os psicólogos especializados no tratamento de adolescentes que sofrem de ansiedade estão com as salas de espera cheias de crianças de não mais que cinco anos, acometidas de problemas gástricos, enxaquecas, insônia, depressão e distúrbios de alimentação. Em muitos países industrializados, os suicídios de adolescentes vêm aumentando. O que não surpreende, considerando-se a pressão que muitos sofrem na escola“, afirma Honoré.
É verdade que, com dúzias de contas para pagar, a pressão dos colegas competitivos e as demandas por novos estilos de prazer façam com que diminuir o ritmo de vida seja uma utopia agrária. Ninguém aqui vai ser ingênuo e acreditar que seja possível voltar atrás: a velocidade dos avanços tecnológicos tende a progredir exponencialmente – pelo menos enquanto um AVC tecnológico não ocorre, a Lei de Moore, em vigor há mais de 30 anos, segundo a qual a cada 18 meses a capacidade de processamento dos computadores dobra, enquanto os custos permanecem constantes, permanece como uma determinística infalível. Mas enfim, sempre se pode pensar em brechas. “É bem verdade que certas manifestações da filosofia Devagar – a medicina alternativa, os bairros exclusivamente para pedestres, a carne de gado que pasta livremente – não se adaptam a todos os orçamentos. Mas a maioria delas, sim. Passar mais tempo com os amigos e a família não custa nada. Como tampouco caminhar, cozinhar, meditar, fazer amor, ler ou jantar à mesa, em vez de fazê-lo em frente à TV. A simples decisão de resistir à pressão para correr é absolutamente grátis“, reflete Honoré.
Não existe, como foi dito, um remédio específico para filtrar o excesso de estímulos sensoriais que nos assola. Cada um tem o seu truque. Em Diários de bicicleta (Amarilys), o músico e multiartista escocês-novaiorquino David Byrne confessa que encontrou seu nirvana no prosaico uso da bike. No livro, mistura de autobiografia com ensaio multicultural e relato de viagem, Byrne conta a experência de 30 anos levando o tempo “humanizado” da bicicleta a cidades tão diferentes quanto São Francisco, Manila, Berlim, Londres e Buenos Aires. “Não ando de bicicleta para todo lugar, por ser ecológico ou digno de nota. Faço principalmente pelo senso de liberdade e êxtase. (…) Realizar uma tarefa corriqueira como andar de bicicleta coloca as pessoas em um estado mental não muito profundo nem envolvente. (…) Como alguém que vê grande parte da origem de seu trabalho e criatividade nessas borbulhas do subconsciente, acho que é uma boa estratégia para se fazer essa conexão: quando a mente consciente se distrai, o inconsciente assume o comando“, reflete Byrne.
“O caminho mais inteligente não passa por demonizar a velocidade da evolução digital. O caminho mais inteligente é… prestar atenção“, contrapõe Gustavo Bittencourt. “Só isso já faz toda a diferença e transforma completamente qualquer experiência. A atenção, a presença do corpo e da respiração junto à mente (que, vagando indefinidamente não traz satisfação, só mais necessidade), são a peça de resistência contra o novo consumismo que trocou o dinheiro pelo déficit de atenção como pilar central de sua existência“, conclui o ciberpensador, ecoando um pedido famoso do pensador indiano Krishnamurti:
“Você tomou banho, desceu do quarto e olha, não apenas casualmente, mas olha para as árvores, para a ave que passa, para o movimento da folha ao vento. E quando olhar, olhe. Não apenas diga: “Eu vi aquilo”, mas dê sua atenção a isso. Percebe o que eu estou dizendo? Portanto, antes de entrar na sala, olhe para tudo claramente e com atenção, com cuidado. E quando entrar e alguém ler alguma coisa, sente-se em silêncio. Vê o que acontece? Por haver olhado extensamente para tudo, então quando você se senta quieto, esta quietude se torna natural e fácil porque você deu a sua atenção a tudo que olhou. Você transporta aquela atenção para quando se sentar em silêncio, não há divagações, não há o querer olhar para uma outra coisa. Assim, com esta atenção, você se senta e esta atenção é quietude. Você não pode olhar se não estiver atento, o que significa estar quieto. Percebe a importância disto? Esta quietude é necessária porque uma mente que é realmente muito quieta, não distorcida, compreende algo que não é distorcido, algo que está realmente além da medida do pensamento. E isto é a origem de tudo. Veja, você pode fazer isto não só quando está sentado na sala, mas o tempo todo, enquanto estiver comendo, falando, jogando; há sempre este sentido de atenção que você recolheu no início do dia. E, ao fazê-lo, esse sentido de atenção penetra mais e mais. Faça isso!
Entre a distração esperta de Byrne e o minutinho da sua atenção pedido por Krishnamurti, algumas horas se passaram e eu passeei por meia-dúzia de livros. Do outro lado do meu MacBook, meu filho já construiu e destruiu meia-dúzia de carros, personagens e espaçonaves multicoloridos. De algum modo misterioso, eu no trabalho, ele no ócio, estávamos conectados, em harmonia. Para que mais?
pior é ler os sintomas da coisa e achar que é contigo o problema. né comigo, não. VÁ DE RETRO.
boa, bressanys.