Bolaño filho da puta


Tenho uma notícia boa e uma má. A boa é que existe vida (ou algo parecido) depois da vida. A má é que Jean-Claude Villeneuve é necrófilo.


Ruim esse comecinho de conto, né? E que tal


Parece mentira, mas nasci no bairro dos Empalados. O nome brilha como a lua. O nome, com seu chifre, abre um caminho no sono e o homem caminha por essa trilha. Uma trilha trêmula. Sempre crua. A trilha de chegada ou saída do inferno. A isso se reduz tudo. Aproximar-se ou afastar-se do inferno. Eu, por exemplo, mandei matar.


Não era Rimbaud, só era um menino índio.

Passando das 2 mil páginas lidas, incluindo os contos cujos inícios supracitei [todos de Putas assassinas], não acho tosco afirmar: Bolaño é um filho da puta. Um dos maiores narradores que já existiram. Não só pelas primeiras sentenças, como também pelas do meio e pelas do fim [mesmo que tenha deixado seu último livro, 2666, inconcluso].

Autor: rbressane

Writer, journalist, editor

4 pensamentos

Deixe um comentário