O amor é um país sempre terceiro-mundista. Uma república sujeita a ditaduras, e a crises financeiras, e a revoluções, e a secas, e a epidemias. Um reino onde cedo ou tarde acontece um terremoto, onde sempre alguém vai sair caminhando por entre os escombros e as chamas sem conseguir entender o que aconteceu e por que justo comigo, hein?
Este é só um dos períodos maravilhosos no romance Jardins de Kensington, do argentino Rodrigo Fresán (Conrad). Corram, vão amar, ou vão ler esse livro, o tempo não dá mole, o tique-taque do relógio dentro do bucho do crocodilo está cada vez mais alto, cada vez mais alto, mais alto, mas que dentes enormes você tem.
lindo esse trecho! abraço!
Muito boa a metáfora.
Rodrigo Fresán foi um grande amigo do grande Bolaño e grandezas à parte, verdade é que o argentino aprendeu bema licão, Jardins de Kensington se mostrou um romance que vale por si. Imperdível.