Maldito amor, maldito crocodilo

O amor é um país sempre terceiro-mundista. Uma república sujeita a ditaduras, e a crises financeiras, e a revoluções, e a secas, e a epidemias. Um reino onde cedo ou tarde acontece um terremoto, onde sempre alguém vai sair caminhando por entre os escombros e as chamas sem conseguir entender o que aconteceu e por que justo comigo, hein?

Este é só um dos períodos maravilhosos no romance Jardins de Kensington, do argentino Rodrigo Fresán (Conrad). Corram, vão amar, ou vão ler esse livro, o tempo não dá mole, o tique-taque do relógio dentro do bucho do crocodilo está cada vez mais alto, cada vez mais alto, mais alto, mas que dentes enormes você tem.

Autor: rbressane

Writer, journalist, editor

2 pensamentos

  1. Muito boa a metáfora.
    Rodrigo Fresán foi um grande amigo do grande Bolaño e grandezas à parte, verdade é que o argentino aprendeu bema licão, Jardins de Kensington se mostrou um romance que vale por si. Imperdível.

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