Power trio

João Carlos Martins, Sebastião Salgado e Fernando Meirelles na mesma mesa. Juntos, somam 217 anos de contribuições para a cultura do Brasil. Na conversa, viagens, projetos, realizações, missões – e uma única preocupação: o futuro


Um misterioso encontro tinha lugar naquele sobrado do Butantã. Cerca de cinquenta pessoas vestidas de preto observavam atentamente três pessoas de preto conversando numa mesa preta ao lado de um carro também preto, tudo isso contra um fundo escuro. Apesar do cenário sombrio, o tom do papo entre o trio era cálido e bem-humorado, um tom de velhos amigos havia muito tempo distantes, que se reencontravam ansiosos por contar suas últimas aventuras. Animada, a conversa era seguida pela pequena plateia em silêncio respeitoso.

O papo foi se desenrolando durante uma hora até que os três fecharam uma ideia: realizar uma espécie de safári fotográfico na Chapada dos Veadeiros (GO) ao som de Johann Sebastian Bach. Tal ideia só pareceria inusitada a quem não soubesse que naquela mesa estavam o músico João Carlos Martins, o fotógrafo Sebastião Salgado e o cineasta Fernando Meirelles – se encontrando pela primeira vez, à frente de uma grande equipe de publicitários, para criar um filme a convite da Mitsubishi.

(Por isso todos naquele set de filmagens estavam de preto: para não causar reflexos no Pajero ao fundo. Ah, sim, um Pajero também preto.)

                Três figuras lendárias, que abriram espaços em suas agendas lotadas para participar da criação de um filme publicitário motivadas pelo prazer em se conhecer pessoalmente. Meirelles, 63, se sentia um menino conduzindo o papo entre Martins, 79 – que deu um pequeno concerto bachiano usando apenas os polegares – e Salgado, 75, este usando uma tipoia para amparar o braço lesionado durante recente expedição à Amazônia. Encerrada a primeira sessão de filmagens, MIT teve acesso às lendas durante algumas horas. E entendeu que não são lendas por acaso: em pleno vigor, muito distantes da aposentadoria, sem contar com a sorte para escrever sua própria história, estes três tenores da cultura brasileira cultivam seu legado: cada artista à sua maneira, estão de olho nas futuras gerações.

JOÃO, 79

Plantando talentos

                Depois de tocar uma pequena peça de Bach usando apenas os dois polegares, João Carlos Martins explicava: havia alguns dias tinha passado por uma operação radical – a 24ª cirurgia de sua vida. Havia literalmente cortado os nervos que lhe davam a sobrenatural agilidade aos seus dedos – mas que também lhe trouxeram dores excruciantes por décadas. O maestro, porém, não reclamava de mais este perrengue em sua extensa ficha médica. Estava empolgado em conhecer Sebastião Salgado e Fernando Meirelles, e em divulgar seus projetos. Único pianista no mundo a gravar em alto nível todas as centenas de composições de Bach, um dos maiores instrumentistas do século 20, JCM tem consciência do seu tamanho – mas, já diria o tio do Homem-Aranha, com grandes poderes vêm grandes responsabilidades.

“Se eu falar que não recebi o dom de Deus, é falsa modéstia. Mas 98% do meu talento é disciplina do atleta”, diz Martins, em sua voz calorosa e levemente teatral. “Agora, apesar de ser católico, não quero mostrar com orações o que fazer. Então, nesta idade, veio a grande interrogação: como deixar um legado?”. É lendária a paixão de Martins pela música clássica, acompanhada do calvário que atravessou para praticá-la – que incluem uma diastenia, um acidente no braço, um traumatismo craniano e lesões degenerativas diversas que foram tragicamente lhe roubando pouco a pouco os movimentos de um braço, depois de outro, e então das mãos, e por fim dedos. “Com 29 anos, quando tive o primeiro acidente na mão, pensei em me suicidar. Entrei na banheira e peguei a gilete. Tocou o telefone, era meu professor. Joguei as giletes e jurei nunca mais ter esse sentimento. Tempos depois, fiquei em coma dois meses por causa de uma embolia pulmonar. Sonhei com uma carruagem com a porta aberta em que o cocheiro me chamava pra entrar. Aí eu disse ‘não vou não, vai pegar outro!’”, ri Martins.

                O sonho do maestro é realizar o sonho de Villa-Lobos: fechar o Brasil em forma de coração. “Em quatro anos quero fazer mil orquestras parceiras – já temos 200. E o público não são aquelas pessoas de nariz empinado. Meu legado vai ser poder chegar a um lugar de 6 mil habitantes e ver uma orquestra. Ano passado regi 225 apresentações, a maioria gratuitas. Vou de periferia em periferia, pelo programa Música na Favela. Sempre tem umas 3 mil pessoas na catedral e umas 10 mil na rua, em cidades pequenas. É assim que vamos democratizar a música clássica no Brasil”, diz, animado. Por falar em democracia, não o assustam os recentes ataques à cultura? “Olha, pra mim a arte nunca pode ter comprometimento político. A arte está acima de tudo”, pisca o olho, marotamente. “Nós artistas temos que transmitir uma mensagem tão forte que nenhum processo político terá a coragem de destruí-la. Sabe, na história você tem ‘períodos gregos’, em que as artes prevalecem, e ‘períodos romanos’, em que as artes marciais prevalecem. Estamos passando por um ciclo romano… mas a arte sobreviverá”, acredita.

                Voz de missionário, Martins faz questão de lembrar que teve “erros e acertos na vida”, e que a vantagem de atingir sua idade é a “capacidade de corrigir os erros e aprimorar os acertos”. Acredita na prática da responsabilidade social. “Tenho 10 mil crianças ‘talentos-diamantes’ que encontrei pelo Brasil. Hoje sei o que isso significa; quando eu era só um pianista não sabia. Assim, com toda a humildade, posso te dizer que me considero uma pessoa com missão. Por isso a palavra esperança faz parte do meu dicionário. Tenho projetos pros próximos 5 anos! Quando regi a Bibi Ferrira aos 93 anos, percebi o que as artes podem fazer com o físico das pessoas: elas acabam tendo sempre o passo do amanhã”, afirma. Indagado sobre o que pensa sobre a palavra sorte, respondeu de bate-pronto:

“Sorte é algo que você procura. Ela não vem ao seu encontro. Você a encontra”.

TIÃO, 75

Plantando árvores

                Você poderia ficar horas escutando Sebastião Salgado falar. Sua figura, que alia a careca fantasmagórica aos faiscantes olhos azuis sublinhados por sobrancelhas brancas, projeta-se através de uma voz veemente, de ressonâncias sertanejas aplainadas pela longa permanência europeia. É a voz de contador de causos, mas também a voz que mantém a fúria de um ativista. E Salgado estava indignado naquela tarde, semanas depois da catástrofe de Brumadinho (MG). “Tem mais de 700 barragens nas mesmas condições das duas que romperam. Minerações falidas, com barragens sem proteção. Não há lei que proteja o brasileiro do capitalismo selvagem, que não guarda nada desse lucro pra garantir que a população não seja afetada. No primeiro acidente morreram 30, no segundo 300. O leito do rio Doce está morto, sobrou uma calha estéril, cheia de bactérias rejeitadas no oceano. A quem vamos cobrar isso? Quem está cuidando? É um país que precisa atingir sua maioridade”, dizia Salgado, em tom duro, mas manso. “A lama tóxica do rio Paraopeba já chegou no São Francisco, virão décadas de efeitos negativos. Nos últimos 13 anos, a Vale teve 500 milhões em multas, e o que fez? O país não controla o meio produtivo. Nos primeiros meses deste governo foram liberados tantos agrotóxicos que veremos em alguns anos um aumento tremendo de casos de câncer”, afirma.

                Salgado está especialmente preocupado com a Amazônia, fonte de um trabalho incessante nos últimos 7 anos – juntando todas as expedições, calcula ter passado dois anos trabalhando direto lá, documentando 14 tribos diferentes. “A proposta do atual governo é destruir sistematicamente a Amazônia. Chamam os indígenas de latifundiários, o que é de uma profunda ignorância – eles são guardiões da União. Perdemos 18,5% da Amazônia, e isso foi destruído. Mas se tivermos uma política de proteção, e deixar as terras sem produtividade ser reflorestadas, as árvores voltam. A maior concentração de riquezas do mundo está lá. Você nem sabe o que tem lá! Sabe o valor de uma floresta? O preço de uma floresta é o preço que você gasta para reconstruí-la. Essas fotografias que fiz sobre a Amazônia, que vão ser apresentadas a partir de 2021, espero que conscientizem desse desastre que está havendo – e que pode ser irreversível”, repete, enfaticamente.

                O fotógrafo sabe do que está falando. Nasceu na roça, na cidade de Aimorés (MG), e há dez anos vem recuperando a floresta original, através do seu instituto Terra – o maior trabalho de reflorestamento no Brasil. “Plantamos 2,5 milhões de árvores, de mais de 500 espécies nativas. Temos capacidades de produzir 1 milhão de mudas de árvores. E estamos recuperando as nascentes do rio Doce. São todas as nascentes de todos os córregos para recuperar todo um sistema de água. Mil nascentes!”, entusiasma-se.

                A capacidade de trabalho de Salgado é fabulosa – assim como a de retratar trabalhadores, uma verdadeira obsessão que norteia toda a sua obra. “Eu devo ser o fotógrafo que mais trabalhou na história da fotografia. Fui o fotógrafo que mais trabalhou no túnel do canal da Mancha, minhas fotos fazem parte da história da França e da Inglaterra. Vou expô-las agora em julho no Sesc Paulista, e vão sair em livro pela Taschen, e depois em exposições em Estocolmo, Londres e Milão”, diz ele, que só parou para editar as fotos do túnel por causa de uma fratura no joelho – enquanto registrava os ashaninka, na Amazônia.

Agora é o ombro quem sofre: durante a subida do pico da Neblina, estava com as duas mãos segurando a máquina fotográfia e escorregou – se a soltasse, perderia o trabalho; preferiu romper o ligamento do ombro. “Envelhecer é coisa de quem não tem futuro pela frente”, ensina. “Você não pode parar e se aposentar; tem que ter projetos. A idade não me segura. Outro dia eu andei 150 km no norte da Etiópia. Se eu consegui, qualquer um pode. Eu já anunciei várias vezes que este seria meu último projeto, mas vai saber como estarei em 2021?”, brinca.

Entre seus projetos estão a exposição colossal sobre a Amazônia a estrear no Sesc 24 de Maio, replicada em museus Paris, Roma, Madri e Londres. “Quando acabar tudo vou ter 80 anos. Aí eu vou editar minhas fotografias, e criar novos livros a partir delas.” Mas, segundo Salgado, sua obra fotográfia não é seu legado. Ele considera que as fotos – e o dinheiro e os contatos que adquiriu através delas – foram o que possibilitou o Instituto Terra, que funciona na antiga fazenda do pai. “Meu maior orgulho são as árvores plantadas lá no vale do rio Doce, onde não tinha nem mais água. Era uma terra erodida, e hoje há árvores de 20 metros de altura, 170 espécies de pássaros, onças! Eu nem acreditava, mas junto com a minha mulher [Lélia Wanick Salgado] conseguimos correr atrás, passar o chapéu, arranjar dinheiro. Passo mais tempo fotografando do que lá. Não sou rico, capto recursos pra esse projeto. O fruto dessa campanha com a Mitsubisho vai pra lá”, afirma. Então a sorte não teve nada a ver com este percurso?

“Sorte? Nada. Isso não existe. Você constrói uma vida em que as coisas necessariamente se concatenam e se organizam, e vão na direção que você precisa. É um feixe de variáveis que você respeita, obedece, mas encaminha; tem que aceitar e respeitar pontos éticos, princípios ideológicos… Quando você coordena tudo isso na sua vida, chega à sorte. Ter uma vida organizada, que se complemente a uma vida comunitária, solidária… isso é sorte”, ensina.

FERNANDO, 63

Plantando minhocas nas nossas cabeças

Os olhos amendoados, zanzando para vários pontos, e o hábito de bater as mãos e tamborilar os dedos sobre a mesa, ao lado de uma fala veloz, que muda rapidamente de assunto, passa a impressão de que o cineasta paulistano Fernando Meirelles é uma pessoa ansiosa. Na verdade, ele é daqueles tipos que fazem várias coisas ao mesmo tempo – uma delas era justamente participar da campanha da Mitsubishi enquanto garoto-propaganda e cliente, uma vez que sua produtora O2 comandava as filmagens. Meirelles também é um sujeito que procura um chão para se firmar – e, mesmo mais novo do que seus outros parceiros, se preocupa com seu legado. E, como eles, preocupa-se com o futuro do planeta. Na medida do possível, quando não está tocando suas próprias ideias, se aliar a projetos com que tenha afinidade. É o caso de The Pope, filme que acabou de rodar para a Netflix, baseada na história do papa Francisco.

“Não sou muito católico mas sou grande fã do Francisco, uma das poucas vozes lúcidas do nosso tempo. Sua mensagem é: estamos dividindo o mesmo espaço, então vamos pegar mais leve, não é? Mas todo mundo só quer faturar…” Filmado na Itália e na Argentina, o longa é uma peça de teatro nunca encenada, escrita por Anthony MacCarthy [Bohemian Rapsody, Teoria do Tudo], com roteiro de Frank Boyce (24 Hour Party People), estruturada sobre uma longa conversa entre Bento 16 (Anthony Hopkins) e Francisco (Jonathan Pryce) antes que este fosse entronizado papa. Um filme de 40 milhões de dólares. “Eles não se gostam, não concordam com nada… E o final… bem, não posso falar, mas é de arrepiar. Filmei na Argentina e na Itália. Construímos uma Capela Sistina na Cinecittà, uma réplica impressionante, porque rodamos durante 18 dias, algo impossível de fazer no lugar real. E depois a destruímos! Conheci amigos de Francisco, lugares em que esteve. Não só sobre religião, é sobre a crise da Igreja. Então tem cardeais, Vaticano, procissões, a Praça de São Pedro cheia, palácios… Vamos tentar mostrar no Festival de Veneza, e talvez na Mostra de São Paulo, e aí lançamos no fim de novembro. Uma semana em raras salas de cinema, e depois já vamos pra plataforma”, conta.

A felicidade com o filme realizado contrasta com a apreensão em relação a dois projetos por concluir – e o projeto de sua vida: sua fazenda autossustentável. “Já estamos realmente ferrados”, avisa. “Estou me sentindo com uma arma na cabeça. Me sinto um ser humano terminal. Desse governo não dá pra esperar nada, só serve pra criar uma distração por dia, e a imprensa cai. Precisamos é de diminuir os danos, o prejuízo que certamente virá. E talvez não dê tempo: a gente pode em breve aquecer em 5 graus o planeta, é o que os estudos mais recentes apontam. Acho que nada mais importa do que esta questão. Afinal, pra que fazer filme, se daqui a duas gerações não vai ter ninguém pra ver nada, não vai ter cinema, nem nada? O que vou deixar pro meus três netos?”

Egresso de uma família de fazendeiros, Meirelles gosta de terra. Está mergulhado na terra agora, tanto em seus projetos para TV quanto em sua própria fazenda, próxima à cidade de Rifaina (SP). “Meu plantio não chega aos pés do Sebastião, que tem ONG, doações – plantei umas 15 mil árvores. A próxima etapa será tirar o plantio da cana e só tocar a agrofloresta. Por incrível que pareça, o conceito de agrofloresta não existe muito no Brasil. Numa escala menor, tem milhares de experiências orgânicas. Mas não existe em grande escala, para alimentar o mundo. Com meu documentário sobre a terra, quero provar que dá pra fazer em grande escala”, diz.

Trata-se de um filme underground, sobre o funcionamento do solo, para professores de agronomia, produtores rurais atualizados. “Mas sem preleção chata de ambientalista: eu mergulho ali embaixo, mostro o que funciona, o trabalho das minhocas, das bactérias. Estou aprendendo, fazendo fichamento de livros…”, diverte-se. “Eu tenho uma horta em casa, rego diariamente, fim de semana ponho sementinha, minha primeira meia hora do dia, uma horta suspensa, 4 de 6 metros. Eu tenho necessidade de mexer em terra. Quanto mais eu leio, mais eu fico obcecado. Mas isso não diminui a minha ansiedade com o futuro. Mesmo tocando uma fazenda autossustentável, eu penso, ali poderia sobreviver, mas em uma distopia, a fazenda pode ser invadida. Ela capta carbono, não muda grande coisa em relação ao aquecimento global, mas é o melhor do que posso fazer, compensa a quantidade de voos que eu pego o tempo todo. Eu faço mais parte da solução do que o problema”, afirma.

Em breve teremos 10 bilhões de pessoas. Como alimentá-las? “Tem que diminuir o consumo de carne, não tem jeito. A gente poderia pelo menos ser mais eficiente: colocar 4 bois num hectare, por exemplo, funciona. Mas no Brasil temos um boi por hectare. Criamos até um sistema unindo floresta, agricultura e pecuária, se chama sistema ABC (Agricultura de Baixo Carbono). Mas ninguém se interessa, porque não tem incentivo. Agora, se eu quiser só plantar soja, o financiamento é fácil”, critica.

Reunindo suas obsessões, Meirelles está escrevendo uma série sobre mudança climática, cujo roteirista é o Jack Thorne (Harry Potter). “Vai ser falada em inglês, é uma série cara, rodada no Ártico, na Amazônia, no Mali. Uma história em três centros dramáticos. Uma trama política de uma conferência do clima, uma ação terrorista, esses caras precisam dar uma resposta aos terroristas, outro polo é um cientista que acha que conseguiu capturar o carbono da atmosfera. Não dá pra fazer documentário mais, para tocar no coração das pessoas com esse assunto tem que ser um thriller”, defende.

                O grande sonho cinematográfico de Fernando Meirelles, porém, seu Graal ainda não atingido, é a adaptação do romance Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, que leu inúmeras vezes. “A recente adaptação da Bia Lessa para o teatro, espetacular, me deu esperanças de um dia adaptá-lo. Mas vou precisa de sorte”, diz. E aqui chegamos à última pergunta para nossas lendas. O que é sorte? “Será que existe? Existe esforço. Não sou conclusivo sobre o assunto. Em jogo eu sei que não tenho sorte: nunca ganhei nenhum prêmio. Tudo bem, nasci em uma família que me possiblitou ter uma vida mais estruturada. Na vida eu dei certo, os caminhos foram se abrindo. Mas não sei se é sorte ou se é uma conjunção de coisas. Talvez só exista mesmo o acaso”, responde, os olhos já fixos no próximo projeto.

[Publicada originalmente na revista The President.]

Autor: rbressane

Writer, journalist, editor

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